O blogue teve em 2023, 35.671 visitas; 48.603 em 2022; 117.160 (2021); 50.794 (2020); 48.799 (2019); 98.329 (2018) e 106.801 (2017) +++ e mais de 838mil desde julho/2010, tendo atingido meio milhão em 5/6/2020

26.3.08

Motor revolucionário


Mão amiga, fez-me chegar este Video, que mesmo que não seja verdade, nos aponta um caminho interessante e nos relembra a dependência do Petrólio.

24.3.08

Quando se é jovem todo o mundo está ali à mão.

A pedido da Redacção do Jornal "O Cidade de Tomar", a propósito do seu aniversário em 2008.

Na Tomar de há vinte anos ser jovem era uma seca, não havendo em Tomar mais do que um local da noite, que não fosse uma cervejaria. Havia é certo todo o tipo de oferta de ensino, um conservatório, um instituto de línguas, dois cinemas a funcionar e o único centro comercial de toda a região. Mas fora daqui havia um mundo inteiro de outras oportunidades, razão pela qual muitos da minha geração daqui saímos e poucos voltaram passados vinte anos.

Muito provavelmente, os jovens de hoje dirão exactamente o mesmo, sinal óbvio de que algo falhou.

Haviam na altura em Tomar locais que são hoje apenas uma recordação como o Salão de Jogos Obélix, a Cervejaria Noite e Sol e Bar Frederico, onde hoje é o Casablanca na Rua de S.João. Sendo um sítio ímpar, o Bar Frederico era um local onde dava gosto estar, com um estilo intimista, apropriado para uma conversa de fim de noite, augurando por algo de mais firme e desenvolto nas horas que se seguiriam… Horas essas por vezes passadas até de madrugada na celebérrima Discoteca local, o Pim-pim, hoje transformada num local de culto…

Tomar evoluiu muitos nestes vinte anos, não só pelos locais de noite e da noite onde se pode estar, sem preconceitos, professando este e aquele culto ou mesmo nenhum, para aqueles que se dizem livres.

Tomar estava na altura nos Jogos sem Fronteiras, hoje faz parte de uma Comunidade Urbana apontando o seu caminho na Europa, como meta a atingir. Tomar na altura era gerida por uma Câmara PPD, onde a esposa do actual Presidente era Vereadora de um Partido que já não existe: o PRD. As opções de trabalho para a minha geração que havia saído há pouco do Liceu eram poucas: vida militar, um qualquer trabalho pouco especializado nas Indústrias e Serviços da região ou a aventura numa das áreas metropolitanas de Portugal ou da Europa (França e Suiça especialmente).

Estávamos no início da nossa via Europeia a 12, depois do rotundo falhanço do caminho Africano. Hoje olhamos para Africa e Brasil como forma de sublimarmos os labirintos de uma Europa a 27. Tomar tinha na altura um Presidente que havia retornado de Moçambique, hoje quase já não nos lembramos de um outro que por lá e por aí cirandou a caminho do Portugal dos pequeninos…

Tomar era terra farta de sobra para os enteados e parca de oportunidades para os filhos, como aliás todas as terras desta província imensa que de Lisboa se entreolhava e espreitava para o seu território.

O Instituto Politécnico dava os seus primeiros passos pelas mãos de Baeta Neves e Júlio das Neves, com o alcance e visão que hoje estão há prova, sendo esta a Indústria que mantém Tomar viva. Becerra Vitorino era um jovem arquitecto e promissor Vereador, como passados vinte anos se vê e se verá.

Muito se mantém hoje dessa Cidade dos anos 80, além das dificuldades para os Jovens, da Câmara PPD, da dificuldade de investir e singrar, dos partidos e dos grupos políticos que o não são… São disso exemplo a Estátua do Mestre Gualdim-pais, no mesmo local onde nunca deveria ter sido colocada, o Pavilhão da Gualdim-Pais que por essa altura começava e que hoje é uma referência regional e o nosso Jornal Cidade de Tomar.

Este nosso Jornal é hoje deveras mais arejado e onde muitas vezes os comunicados do PS são publicados, coisa que nos anos 80 era por vezes difícil… À evolução os meus parabéns. Esperemos que os próximos 20 anos nos tragam um ainda melhor caminho.

19.3.08

A PÁSCOA

A Páscoa é sempre no primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março).
Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano.
Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida!
E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).
A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos).
A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913.
Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos).
A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818.
Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.

4.3.08

OUTRA VISÃO SOBRE A MINISTRA DA EDUCAÇÃO

www.nossomoscapazes.blogspot.com
Armindo Bento, Presidente da Assembleia Municipal de Almeirim

A Escola tem que mudar, pois à sua volta tudo mudou, só que ainda não deram conta!

Quem tem assistido nestes últimos tempos aos debates em torno do ensino , somos levados a pensar que em Portugal, ao contrário dos outros paises europeus, as escolas são CENTROS DE DIA onde os professores ensinam a outros professores como nas universidades abertas. Até parece, que as nossas escolas foram feitas e existem apenas e só a pensar nos professores, onde os alunos são mera matéria-prima das escolas e os pais , esse nem sequer existem !
Ainda que modestamente temos tentado,reafirmar, sempre que possivel ser contra aqueles que por facilitismo,medo da perda de votos e aversão à mudança, alinham na "orquestração quase mafiosa",para a substituição da Ministra da Educação. É reconhecido e demonstrado a sua muita corajem na aplicação de medidas tão necessárias para ajudar este País a sair do atoleiro de interesses que germinam em cada canto.
A SENHORA Ministra, sim porque é uma SENHORA com maiúsculas,é talvez o melhor GOVERNANTE que desde o 25 de Abril passou pelo Ministério da Educação e sem dúvida competente,enfrenta os lobis e os interesses particulares há muito instalados nos sindicatos que a todos nos envergonham pelo degradante espectáculo que estão sempre a promover.
Eu e muitos portugueses sentiram uma enorma vergonha " daquele miudo que se disse professor de matemática e que insultou a senhora Ministra( bem sei que nos jornais de domingo já vinha apresentar desculpas pelo que disse, "dado as suas afirmações não corresponderem à verdade e que se ficou a dever a sentir-se muito nervoso " Quem tem filhos, e os jovens professores mais velhos do que aquele "sábio" a esta hora e não só os seus pais, estarão tão envergonhados como eles devem estar.
Só espero que o Senhor Presidente da República que não vai a votos, defenda esta Ministra e dê o exemplo da Irlanda onde os professores são a base do sucesso da economia pelos alunos que preparam e formam no interesse do seu País. Será que algum Sindicato de Professores em Portugal pode dizer o mesmo? Vejam as recentes estatisticas e o ranking do ensino europeu. Não devemos todos meditar o que andam os nossos professores a fazer ? É uma pena que este País com quase nove séculos continue na idade da pedra!
Alguns espertos, e estou a incluir a maioria dos professores, para não falar de outras classes corporativas, continuam a pensar que são o centro do mundo e os restantes cidadãos são parvos. Todos ou quase todos os Portugueses tem ideia, por experiência vivida, do que é ter um filho que passa o tempo quase todo sem aulas porque o (a) professor(a) faltou. Um país que gasta imensos recursos no ensino (salários, dos mais elevados, dos professores) e não consegue ter resultados que se vejam, ou será que os portugueses ficaram, de repente, estúpidos?
Tenho procurado por argumentos e motivos que fossem justos ou razoáveis, para tanta contestação e tanto insulto, mas sempre em vão. É precisamente este «sindicalismo em estado puro» que ameaça hoje, destruir o futuro do ensino público em Portugal. Tenho amigos professores, que me dizem sentirem-se hoje pela primeira vez, em democracia, com receio de partilhar a sua opinião em relação à actuação demagógica e até reaccionária de sindicalistas, que de professores são muito pouco,( não sei até se alguma vez exerceram a sua profissão ...) pois são profissionais da politica, que apenas e só pretendem que nada mude, para que tudo fique na mesma, isto é defendem só os seus interesses particulares e os interesses partidários daqueles que sempre viveram da politica.
Na minha opinião não seria necessário que os professores se deixem assombrar pelo fantasma da avaliação pois apenas se terá que explicar por que tem a Escola que mudar, quando à sua volta tudo mudou, e os professores de facto ainda não deram por isso !
Como é possível estar contra as aulas de substituição ou mascarar essa oposição inicial com a posterior reivindicação de as tolerar desde que pagas em horas extraordinárias, quando se sabe da necessidade dos alunos?
Como é possível ser contra a avaliação, ou apenas contra a sua complexidade, ignorando o rigor e a qualidade que devem ser colocados em cada metodo de avaliação?
Como é possível ser contra a hierarquia docente, assente em critérios objectivos, com o argumento de que a selecção não foi perfeita, terá deixado alguns de fora,( sindicalista ....) ou deva ainda ser corrigida? Porventura ficou fechada a porta do aperfeiçoamento das soluções?
Como é possível ser contra a direcção unipessoal das escolas, com base em planos, programas e órgãos consultivos de representação comunitária, com o velho e gasto argumento da alegada "gestão democrática das escolas"? Em que século vivem os opositores das reformas na Educação?
Terão eles pensado no dia seguinte e como vai ser o futuro deste nosso País?

2.3.08

AFINAL O QUE SE PASSA PELA CASA DA ROSA?

Texto de Ana Benavente
Professora universitária, militante do PS, ex-Secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário



1.
Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos e com o actual governo. Não pertenço a qualquer estrutura nacional e, na secção em que estou inscrita, não reconheço competência à sua presidência para aí debater, discutir, reflectir, apresentar propostas. Seria um mero ritual.

Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer
neoliberal; outra parte outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada. Outra parte, enfim, recebendo mais ou menos migalhas do poder, sente que ganhou uma maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final do mandato.
Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ocasionando críticas ocasionais.

2.
Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar as políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e arrogante que temos vivido? Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho? Impor um estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de carreira? Foi o que aconteceu com os "titulares" e "não titulares", uma nova casta que ainda não tinha sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" professor ou professora? Não é verdade que "ninguém é professor sozinho" e que são necessárias equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem efectiva dos alunos)?

Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres?
Criar mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que "quem paga é sempre o mais pequeno"? Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e, não, "marcar" uma consulta? Ouvir o senhor ministro das Finanças (os exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás) afirmar que "nós não entramos
nesses jogos", sendo os tais "jogos" as negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos. Um "jogo"? Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia
parte dos regimes democráticos.

3.
Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz. Será? Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus ou como uma questão que nos diz respeito a todos? Que sabemos nós desta presidência? Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações, cujos vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o Tratado de Lisboa? Como se
estrutura o poder na Europa? Quais os centros de decisão? Que novas cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos recém-chegados e dos antigos membros da Europa? Porque ocupamos sempre (nas estatísticas de salários, de poder de compra, na qualidade das prestações dos serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores lugares?

Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da pobreza? Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.

4.
Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado para 2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? que espectáculo!". "No primeiro debate perdi", dizia o actual líder do grupo parlamentar do PSD "mas no segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os bilhetes...", acrescentava outro líder, este de esquerda. E o país, onde fica? Que informação asseguram os
deputados aos seus eleitores? De todos os partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena ser tão maçadora.

Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática, claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos relevante? É assim que se
investe "nas pessoas" ou o PS já não considera que "as pessoas estão primeiro"?

5.
Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as políticas eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar). Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem
fim que um dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui há palhaços". E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento.

Já agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP, empresa pública, que manda o "homem do alicate" cortar a luz se o cidadão se atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor... Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê? Somos cidadãos castigados!

O país cansa!

Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais
exigentes.

Movimentos cívicos...procuram-se (já há alguns, são precisos mais). As anedotas e brincadeiras com o "olhe que agora é perigoso criticar o primeiro-ministro" não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida. Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!