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14.8.08

Tomar está há 15 anos à deriva - Parte II

O meu anterior post, sobre a deriva que leva Tomar, nestes últimos quinze anos de gestão PSD e de Pedro Marques, mereceu da parte deste último uma resposta pública, inserida na edição de hoje do Jornal “O Templário”, onde me ameaça com queixa judicial por difamação, o que obviamente merece o meu comentário.

Teimosamente o Vereador Pedro Marques insiste em não querer ver os seguintes factos, de matiz essencialmente política, em apreço:

1º Foi durante a sua vigência de Presidente de Câmara, com incidência directa no seu segundo mandato, que “Tomar esteve na boca do mundo como antro de oportunismo e favor fácil”, como escrevi;

2º “O facto de ter sido o único Presidente eleito sobre o qual recaíram suspeitas de favorecimento de interesses particulares, as quais nunca foram provadas”, foi razão próxima à tomada de decisão da Comissão Política do PS de Tomar, em 1996, por unanimidade, da sua não recandidatura a Presidente de Câmara nas eleições 1997;

Ao pretender voltar a ser candidato em 2005 pelo PS, não teve o mesmo ninguém a propô-lo, de entre os 30 elementos com direito a voto na Comissão Política Concelhia do PS, pelo que obviamente nem foi considerado como candidato.
De recordar que um dos actuais Deputados Municipais dos IpT era na altura membro da Comissão Política, só o tendo deixar de ser por não gostar do lugar onde havia sido colocado na lista, participou nas reuniões para decisão do candidato e nem esse membro o propôs para Presidente;

Teimosamente o Vereador continua a ter uma dificuldade imensa em lidar com opinião contrária, diferente, com estratégia diversa, forma alternativa de ver a condução da vida pública autárquica e o desenvolvimento do Concelho. Já era assim durante o seu segundo mandato, nos anos 90, mantendo-se ainda assim hoje. Ou seja, além de obstinado não aprende com o tempo: feitios!

Teimosamente acha que o difamei por o considerar “um cadáver político” e “um furúnculo do sistema político”. Pois que se saiba que é essa a minha opinião: Pedro Marques e a sua forma de gestão, possíveis nos anos 90, nada têm a haver com as necessidades de um Concelho como o de Tomar no Sec.XXI, por isso é um "cadáver político", convencido que a água passa duas vezes por baixo da mesma ponte, o que como todos sabemos não acontece. É um "furúnculo" pelo simples facto de a manter-se no sistema é mais um dos factores de atraso e retrocesso do Concelho - um verdadeiro custo de contexto, certo de que o ficar na mesma significa, nos tempos que correm, andar para trás. Esta é a minha opinião, há qual tenho todo o direito e sobre a qual não retiro uma vírgula!

Teimosamente entende que o recordar que foi “o único Presidente eleito sobre o qual recaíram suspeitas de favorecimento de interesses particulares, as quais nunca foram provadas”, como escrevi no meu anterior post, é também difamação. Pois de facto, como diz o povo, “só enfia a carapuça quem quer”.

Se “não foram provadas”, porque se preocupa hoje com isso, como fez questão de lembrar em plena Assembleia Municipal de 27 de Junho deste ano, quando o que estava em discussão era uma decisão sobre uma operação urbanística (UOPG4), no seu tempo começada e que já havia dado lugar a um frontal protesto por parte do Vereador do PS, na reunião de Câmara de 22 de Abril de 2008?

O chamar à atenção desse facto, no meu post de 28 de Julho, foi no sentido de relembrar, na minha opinião, o porquê da decisão do PS em 1996. Decisão essa que continuo a considerar hoje bem tomada, como os factos posteriores vieram a demonstrar pois nunca mais Tomar voltou “a estar na boca do mundo como antro de oportunismo e favor fácil”.
Embora que as maiorias PSD que se lhe seguiram na Câmara Municipal, tomaram algumas opções tremendamente erradas que recordo só a título de exemplo, o contrato de concessão do estacionamento tarifado de Tomar (1000 lugares à superfície da Cidade durante 20 anos em troca da polémica construção do parque por detrás da Câmara), feito com a ParqT, que poderá levar a um pagamento por parte da Câmara de mais de dez milhões de euros de indemnização.

Teimosamente o Vereador continua a não querer perceber que todas estas verdades são públicas, testemunhadas por dezenas de pessoas, autarcas e cidadãos, ouvintes das rádios locais, articulistas e leitores dos Jornais locais da época.

Acha-se difamado? Está no seu direito! Mas que não retiro uma única palavra ao que escrevi, isso garanto que não retiro. É a minha opinião de análise política, perante factos da vida pública Tomarense que vivi, testemunhei e onde fui interventor. Recordo que ao tempo era também membro da Comissão Política Concelhia do PS como hoje e Deputado Municipal, também como hoje.

É minha firme convicção que a liberdade de expressão e a livre circulação de informação, incluindo o debate livre e aberto de assuntos de interesse público, são numa sociedade democrática de importância crucial para o desenvolvimento colectivo e realização do homem enquanto ser social, bem como para o progresso e bem estar gerais da sociedade no pleno gozo, por todos, dos direitos e deveres relativos às liberdades fundamentais.

Combato a injustiça desde os 11 anos de idade, pelo que dificilmente hoje, trinta anos passados, poderá o Vereador Pedro Marques colocar uma mordaça na minha livre opinião sobre, nomeadamente, a sua actuação política como homem público que é e como Presidente de Câmara que foi. Tenho esse direito e movo-me perante um outro paradigma de gestão pública, de ética republicana de serviço público, de Homem Livre e à luz dos interesses colectivos da modernidade do Sec.XXI e não do século passado.

Para conseguir amordaçar-me, nem cem processos em Tribunal o conseguiriam! Já outros no passado o tentaram, por outros meios, sem qualquer sucesso. Portanto desengane-se ao ir por aí!

E já agora deveria o Vereador aprender que os fantasmas que o perseguem desde os anos 90, conforme tive oportunidade de escrever no post “Os três equívocos da assembleia municipal”, não é em tribunal que eles se tratam, mas sim noutro local.

De facto os eleitores de Tomar conhecem-no bem, isso é certo.
Não se esquecem do que se passou no seu tempo de Presidente de Câmara, o que também é verdade.
A mim ainda não conhecem, mas se os acasos da vida pública alguma vez me levassem à função que o Vereador ocupou em tempos à frente dos destinos da Câmara de Tomar, esperaria ter aprendido com ele, a bem do interesse público, o que não fazer.